O personagem dessa história era conhecido em sua roda de amigos como ‘Nosferatu’. Um apelido bem estranho e macabro, porém bem adequado para as práticas abomináveis das quais o mesmo e seus ‘comparsas’ eram adeptos. Nosferatu e seus três amigos eram necrófagos, ou seja, ‘devoradores de cadáveres’. Próximo a rua onde viviam se localizava um cemitério, ninguém tinha certeza ou acreditava nessa história, mas na ‘boataria’ que corria e é sempre implacável, todos afirmavam que aquele grupinho sinistro de jovens, sempre todos de preto, eram ‘vampiros de cemitério’, e logo todos os temiam. E mais uma noite chega. E já no cemitério próximos a uma cova escolhida, os tais ‘vampiros’ se reuniam para mais um daqueles ‘banquetes macabros’ que fariam naquele assustador local. Bolão, o mais guloso da turma, chegava a salivar ao esfregar as mãos e dizer quais partes daquele fresco cadáver ele iria devorar primeiro. E quando um coveiro, pago por eles, termina de ajudá-los a violar aquele túmulo, começa o ataque do bando àquele ‘indefeso’ defunto. Com facas, canivetes e até com as próprias ‘garras’, aqueles celerados dilaceravam e deglutiam cada parte e víscera que encontravam naquele cadáver. Aquele coveiro já afastado deles enquanto contava o dinheiro, horrorizado, fazendo o sinal da cruz, resmunga: - Vixi, Maria...tem gente pra tudo nessa vida! Lili, a única mulher do grupo, era a responsável por escolher o ‘presunto’, de preferência de ‘cova rasa’, e também para se certificar de que era ‘fresco’ e que não havia morrido de alguma doença grave. Essa jovem insana era capaz até mesmo de se infiltrar no meio dos parentes do morto durante um velório para obter tais informações. E para esse abjeto banquete ou transtorno alimentar, este grupo de loucos traziam consigo talheres e guardanapos, além de também zombar, dançar, uivar, se drogar, promover orgias dentro das sepulturas, e até mesmo práticas necrófilas, uns mais exaltados ou drogados ensaiavam ali. E durante muitas noites(de lua cheia de preferência) tal banquete ou ‘ritual’ se repetia. E em mais um daqueles macabros e doentios festins, Nosferatu e seus amigos resolvem escolher uma cova de outra parte do cemitério. Desta vez a ‘vaquinha’ para o ‘cafezinho’ do coveiro fora mais alta, e isso proporcionou ao bando, uma certa ‘refinada’ em seu cardápio, que desta vez incluiria uma cova de alguém mais abastado. E chegando lá, todos já estão com ‘água na boca’ com suas pás, picaretas e outros instrumentos nas mãos. Aquele túmulo era rodeado por estranhas imagens e símbolos e um certo cheiro de enxofre que os intrigava um pouco, mas aqueles jovens insanos, logo não queriam nem saber, e assim que tal túmulo é violado, o bando parte para mais um ataque. Braços, pernas, vísceras, o que mutilavam daquele corpo era devorado de forma voraz. Até que estranhamente, Bolão, Lili e Zequinha começam a passar mal. Nosferatu chega a pensar que era brincadeira, mas os três se contraíam, reviravam os olhos e até caíram no chão em convulsão e também falando em coro estranhas palavras num idioma desconhecido. – Será que eles cometeram o erro de ingerir o formol que os cadáveres recebiam na tanatopraxia?! Pensou Nosferatu que logo se desespera cutucando-os para que os mesmos voltassem ao normal. E quando o Nosferatu olha para atrás, ele se depara com o cadáver do homem que devoravam, de pé, se movendo de forma desengonçada, com o maxilar solto(dependurado) e com uma voz grave e trêmula lhe fazendo a seguinte pergunta: - M-moço que que suncês fizeram com o meu cavalo...?! Nosferatu se empalidece, e apavorado ele foge dali chegando a tropeçar e até quebrar uma das cruzes de um túmulo pelo qual ele passou por cima. Já em casa, ele praticamente arromba a porta, segue para o seu quarto e se esconde sob a coberta tremendo muito e soluçando de pavor. Ele que nem ouve sua mãe bater na porta para ver o que havia acontecido, custa a dormir. Mas naquela noite, ele não dormiria mais. Alucinações das mais macabras lhe fariam companhias. Vultos, vozes, risadas e imagens demoníacas, além de caveiras flutuantes dos fantasmas dos cadáveres que ele e seus amigos devoraram, volteavam sua cama. – Meu corpo...meu braço...devolva meu coração, quero descansar...Era o que algumas daquelas almas penadas murmuravam. Nosferatu cobria a cabeça, mas misteriosas mãos, o ‘traziam de volta’. Ele tenta tapar os ouvidos, mas aquelas vozes, gemidos e risos ainda eram ouvidas mesmo assim. Imagens de seus amigos agonizantes também surgiam, e num destes suplícios, Nosferatu acaba vomitando. E seu vômito era nojento e estranho, continha sangue, algodões dos mortos, terra do cemitério, tapurus e até miniaturas em gessos de estranhas imagens de entidades cultuadas na alta magia. E quando Nosferatu começa a ser puxado para de baixo da cama por aquelas misteriosas e ‘quase invisíveis mãos’, em mais uma demonstração de total desespero, ele grita: - Meu Deus se me ajudar, nunca mais violo nenhum túmulo nessa vida, Senhor...aaargh! E na mesma hora, Nosferatu é livrado. Ele se recompõe, passa a frequentar a igreja e a usar seu nome de batismo, ‘Rogério’. Ele descobre que o último túmulo que violara pertencia a um poderoso bruxo das redondezas, e também ao ter a triste notícia de que seus amigos faleceram naquela noite, ele se compadece da família e até oferece dar um culto na casa dos mesmos. Sua vida agora é outra, seus testemunhos chocam e impressionam, mas ele é outro homem, agora chamado ‘Irmão Rogério’. Mas numa certa noite, ele que evitava até mesmo passar na rua daquele cemitério, se distrai conversando com alguns ‘irmãos’ e acaba sem querer passando por aquela rua de novo. E sozinho parado diante daqueles sombrios portões, Irmão Rogério, acaba não resistindo a tentação. E ao pagar o vigia, ele adentra o local, e segue para violar mais uma cova como nos ‘velhos tempos’. Mas assim que acaba de profanar aquele túmulo, ao remover a tampa do caixão, ele é surpreendido por uma pavorosa garra de pele avermelhada que o puxando para dentro da cova vocifera: - Quer um cadáver fresquinho, né...?! – Então vambora pro meu caldeirão...ha ha ha ha...!. Irmão Rogério ou ‘Nosferatu’ nunca mais foi visto desde então.
O personagem dessa história era conhecido em sua roda de amigos como ‘Nosferatu’. Um apelido bem estranho e macabro, porém bem adequado para as práticas abomináveis das quais o mesmo e seus ‘comparsas’ eram adeptos. Nosferatu e seus três amigos eram necrófagos, ou seja, ‘devoradores de cadáveres’. Próximo a rua onde viviam se localizava um cemitério, ninguém tinha certeza ou acreditava nessa história, mas na ‘boataria’ que corria e é sempre implacável, todos afirmavam que aquele grupinho sinistro de jovens, sempre todos de preto, eram ‘vampiros de cemitério’, e logo todos os temiam. E mais uma noite chega. E já no cemitério próximos a uma cova escolhida, os tais ‘vampiros’ se reuniam para mais um daqueles ‘banquetes macabros’ que fariam naquele assustador local. Bolão, o mais guloso da turma, chegava a salivar ao esfregar as mãos e dizer quais partes daquele fresco cadáver ele iria devorar primeiro. E quando um coveiro, pago por eles, termina de ajudá-los a violar aquele túmulo, começa o ataque do bando àquele ‘indefeso’ defunto. Com facas, canivetes e até com as próprias ‘garras’, aqueles celerados dilaceravam e deglutiam cada parte e víscera que encontravam naquele cadáver. Aquele coveiro já afastado deles enquanto contava o dinheiro, horrorizado, fazendo o sinal da cruz, resmunga: - Vixi, Maria...tem gente pra tudo nessa vida! Lili, a única mulher do grupo, era a responsável por escolher o ‘presunto’, de preferência de ‘cova rasa’, e também para se certificar de que era ‘fresco’ e que não havia morrido de alguma doença grave. Essa jovem insana era capaz até mesmo de se infiltrar no meio dos parentes do morto durante um velório para obter tais informações. E para esse abjeto banquete ou transtorno alimentar, este grupo de loucos traziam consigo talheres e guardanapos, além de também zombar, dançar, uivar, se drogar, promover orgias dentro das sepulturas, e até mesmo práticas necrófilas, uns mais exaltados ou drogados ensaiavam ali. E durante muitas noites(de lua cheia de preferência) tal banquete ou ‘ritual’ se repetia. E em mais um daqueles macabros e doentios festins, Nosferatu e seus amigos resolvem escolher uma cova de outra parte do cemitério. Desta vez a ‘vaquinha’ para o ‘cafezinho’ do coveiro fora mais alta, e isso proporcionou ao bando, uma certa ‘refinada’ em seu cardápio, que desta vez incluiria uma cova de alguém mais abastado. E chegando lá, todos já estão com ‘água na boca’ com suas pás, picaretas e outros instrumentos nas mãos. Aquele túmulo era rodeado por estranhas imagens e símbolos e um certo cheiro de enxofre que os intrigava um pouco, mas aqueles jovens insanos, logo não queriam nem saber, e assim que tal túmulo é violado, o bando parte para mais um ataque. Braços, pernas, vísceras, o que mutilavam daquele corpo era devorado de forma voraz. Até que estranhamente, Bolão, Lili e Zequinha começam a passar mal. Nosferatu chega a pensar que era brincadeira, mas os três se contraíam, reviravam os olhos e até caíram no chão em convulsão e também falando em coro estranhas palavras num idioma desconhecido. – Será que eles cometeram o erro de ingerir o formol que os cadáveres recebiam na tanatopraxia?! Pensou Nosferatu que logo se desespera cutucando-os para que os mesmos voltassem ao normal. E quando o Nosferatu olha para atrás, ele se depara com o cadáver do homem que devoravam, de pé, se movendo de forma desengonçada, com o maxilar solto(dependurado) e com uma voz grave e trêmula lhe fazendo a seguinte pergunta: - M-moço que que suncês fizeram com o meu cavalo...?! Nosferatu se empalidece, e apavorado ele foge dali chegando a tropeçar e até quebrar uma das cruzes de um túmulo pelo qual ele passou por cima. Já em casa, ele praticamente arromba a porta, segue para o seu quarto e se esconde sob a coberta tremendo muito e soluçando de pavor. Ele que nem ouve sua mãe bater na porta para ver o que havia acontecido, custa a dormir. Mas naquela noite, ele não dormiria mais. Alucinações das mais macabras lhe fariam companhias. Vultos, vozes, risadas e imagens demoníacas, além de caveiras flutuantes dos fantasmas dos cadáveres que ele e seus amigos devoraram, volteavam sua cama. – Meu corpo...meu braço...devolva meu coração, quero descansar...Era o que algumas daquelas almas penadas murmuravam. Nosferatu cobria a cabeça, mas misteriosas mãos, o ‘traziam de volta’. Ele tenta tapar os ouvidos, mas aquelas vozes, gemidos e risos ainda eram ouvidas mesmo assim. Imagens de seus amigos agonizantes também surgiam, e num destes suplícios, Nosferatu acaba vomitando. E seu vômito era nojento e estranho, continha sangue, algodões dos mortos, terra do cemitério, tapurus e até miniaturas em gessos de estranhas imagens de entidades cultuadas na alta magia. E quando Nosferatu começa a ser puxado para de baixo da cama por aquelas misteriosas e ‘quase invisíveis mãos’, em mais uma demonstração de total desespero, ele grita: - Meu Deus se me ajudar, nunca mais violo nenhum túmulo nessa vida, Senhor...aaargh! E na mesma hora, Nosferatu é livrado. Ele se recompõe, passa a frequentar a igreja e a usar seu nome de batismo, ‘Rogério’. Ele descobre que o último túmulo que violara pertencia a um poderoso bruxo das redondezas, e também ao ter a triste notícia de que seus amigos faleceram naquela noite, ele se compadece da família e até oferece dar um culto na casa dos mesmos. Sua vida agora é outra, seus testemunhos chocam e impressionam, mas ele é outro homem, agora chamado ‘Irmão Rogério’. Mas numa certa noite, ele que evitava até mesmo passar na rua daquele cemitério, se distrai conversando com alguns ‘irmãos’ e acaba sem querer passando por aquela rua de novo. E sozinho parado diante daqueles sombrios portões, Irmão Rogério, acaba não resistindo a tentação. E ao pagar o vigia, ele adentra o local, e segue para violar mais uma cova como nos ‘velhos tempos’. Mas assim que acaba de profanar aquele túmulo, ao remover a tampa do caixão, ele é surpreendido por uma pavorosa garra de pele avermelhada que o puxando para dentro da cova vocifera: - Quer um cadáver fresquinho, né...?! – Então vambora pro meu caldeirão...ha ha ha ha...!. Irmão Rogério ou ‘Nosferatu’ nunca mais foi visto desde então.
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