Meu tio Eliseu era o que se chama de 'ovelha negra' da família. 'Metido a hippie', todo largado, doidão! Não esquentava com nada, e isso incluíam principalmente a própria postura e o rumo de sua vida. Aquelas reuniões em família ao som de um Raul Seixas 'arranhado' naquele velho violão desafinado e as inevitáveis discussões na frente de todos, que ele tinha com o meu vô por causa de seu cabelo, barba ou por qualquer outra bobagem...ele acabava sendo a graça da família com sua irreverência! Eu era criança, mas lembro muito bem daquele seus papos estranhos, sua gírias cheias de 'estrangeirismo' e tanta coisa doida que vinha da parte dele e que se intensificou a partir do momento em que se aproximava a passagem daquele 'bendito' cometa Halley! Meu tio que também era 'metido a ufólogo', não falava em outra coisa! Seu quarto era cheio de recortes de jornais que tratava do assunto, pôsteres, fitas de vídeo Betamax, e sua mente muito louca também não deixava por menos, e já começava a confabular teorias de conspiração das mais absurdas. Mas quando o tal cometa passou, aqui em nossa cidade o dia estava meio nublado, e com isso ninguém viu nada. Meu tio que chegou a comprar uma lupa e até a acampar num morrinho próximo a nossa rua, quase surtou de frustração. O cometa passou, acabou não sendo visto, mas o interesse(ou fixação) de meu tio Eliseu pelo 'cosmos' permaneceu! Ele vivia acampando naquele morrinho, 'dava umas sumidas' de vez em quando, e suas conversas a respeito começavam a ficar cada vez mais absurdas. Ele dizia que já havia viajado de disco voador, passado por Órion, conhecera criaturas reptilianas, 'greys altos e baixos', chegando até a desenhar alguns... Eu como toda criança também era curioso e a aficionado em coisas fantásticas, e isso me mantinha com meus olhinhos vidrados a cada gesto e história daquele meu tio que era tido por todos como um 'maluco beleza'! Mas foi numa destas conversas, que minha mãe já preocupada com a influência de seu 'irmão doidão' sobre mim, resolvera me proibir de vez de ir para a casa de meus avós atrás de meu tio. Certa vez, ele me contara que numa madrugada , um alienígena aparecera 'do nada' para ele e lhe injetara um tipo de 'chip' para que tal criatura o usasse como uma espécie de 'sonda humana' que servisse para que determinada raça alienígena estudasse os seres humanos a partir 'de seus olhos'. Aquilo me impressionou, e muito mais do que isso, chegou a me assustar. Fiquei proibido de tornar a ver tio Eliseu, mas mesmo espantado com tal história e com a proibição de meus pais, eu que como toda criança também era desobediente, conseguia fugir para a casa de meus avós para 'alimentar minha infante curiosidade' com mais daqueles devaneios de meu tio 'bicho grilo'. Mas foi numa destas minhas escapadas que presenciei algo que por muito pouco não me traumatizou. Era noite, meus avós não estavam em casa, e do quarto de meu tio uma estranha luz não parava de piscar. Sobre minha bicicleta de cross, eu freei bruscamente e fiquei estático olhando para aquela janela onde vi meu tio parado como se estivesse 'hipnotizado' diante de um sujeito bem esquisito, pálido, meio alto, com a cabeça e olhos bem diferente dos de um ser humano comum. Ele também usava um tipo de manto prateado e possuía a mesma descrição das criaturas que meu tio desenhava. Aquilo simplesmente 'me gelou'! Eu não sei como não caí de minha bike, mas fugi dali em disparada de volta para casa. Também não sei se aquilo foi alguma alucinação devido a forma como me impressionava as histórias do tio... só sei que aquela noite eu não dormi! Fiquei por alguns dias sem ir para a casa de meus avós, mas também soube que meu tio continuava com seus acampamentos misteriosos no morrinho e seus sumiços se tornavam cada vez mais prolongados. E num destes sumiços é que para o desespero de meus avós e de todos, meu tio Eliseu simplesmente deixa de dar notícias. Desaparece de vez! Se sabia que ele era metido a 'hippie fora de época', que costumava a ser andarilho, e com isso, meus avós durante um bom tempo ainda deixavam a luz acesa para caso ele apressasse...mas isso nunca aconteceu desde então. Eu que era o único que dava atenção para aquelas histórias fantásticas, poderia até ajudar com algumas pistas, mas além de ser criança na época e nunca ser levado a sério por isso, tocar no assunto também se tornou um tabu para a nossa família. Mas me lembro de alguns indivíduos fardados rondando a casa de meus avós. Não sei se eram guardas florestais com os quais meu tio tinha problemas devido aos seus acampamentos no morro ou se eram soldados do exército investigando o mistério que envolvia aquele caso. Mas sei que durante muito tempo quando olhava para aquele morrinho à noite e pensava no meu tio, sempre surgiam aquelas estranhas luzes que pareciam relâmpagos, mas não se tinha qualquer anúncio de tempestade.
Meu tio Eliseu era o que se chama de 'ovelha negra' da família. 'Metido a hippie', todo largado, doidão! Não esquentava com nada, e isso incluíam principalmente a própria postura e o rumo de sua vida. Aquelas reuniões em família ao som de um Raul Seixas 'arranhado' naquele velho violão desafinado e as inevitáveis discussões na frente de todos, que ele tinha com o meu vô por causa de seu cabelo, barba ou por qualquer outra bobagem...ele acabava sendo a graça da família com sua irreverência! Eu era criança, mas lembro muito bem daquele seus papos estranhos, sua gírias cheias de 'estrangeirismo' e tanta coisa doida que vinha da parte dele e que se intensificou a partir do momento em que se aproximava a passagem daquele 'bendito' cometa Halley! Meu tio que também era 'metido a ufólogo', não falava em outra coisa! Seu quarto era cheio de recortes de jornais que tratava do assunto, pôsteres, fitas de vídeo Betamax, e sua mente muito louca também não deixava por menos, e já começava a confabular teorias de conspiração das mais absurdas. Mas quando o tal cometa passou, aqui em nossa cidade o dia estava meio nublado, e com isso ninguém viu nada. Meu tio que chegou a comprar uma lupa e até a acampar num morrinho próximo a nossa rua, quase surtou de frustração. O cometa passou, acabou não sendo visto, mas o interesse(ou fixação) de meu tio Eliseu pelo 'cosmos' permaneceu! Ele vivia acampando naquele morrinho, 'dava umas sumidas' de vez em quando, e suas conversas a respeito começavam a ficar cada vez mais absurdas. Ele dizia que já havia viajado de disco voador, passado por Órion, conhecera criaturas reptilianas, 'greys altos e baixos', chegando até a desenhar alguns... Eu como toda criança também era curioso e a aficionado em coisas fantásticas, e isso me mantinha com meus olhinhos vidrados a cada gesto e história daquele meu tio que era tido por todos como um 'maluco beleza'! Mas foi numa destas conversas, que minha mãe já preocupada com a influência de seu 'irmão doidão' sobre mim, resolvera me proibir de vez de ir para a casa de meus avós atrás de meu tio. Certa vez, ele me contara que numa madrugada , um alienígena aparecera 'do nada' para ele e lhe injetara um tipo de 'chip' para que tal criatura o usasse como uma espécie de 'sonda humana' que servisse para que determinada raça alienígena estudasse os seres humanos a partir 'de seus olhos'. Aquilo me impressionou, e muito mais do que isso, chegou a me assustar. Fiquei proibido de tornar a ver tio Eliseu, mas mesmo espantado com tal história e com a proibição de meus pais, eu que como toda criança também era desobediente, conseguia fugir para a casa de meus avós para 'alimentar minha infante curiosidade' com mais daqueles devaneios de meu tio 'bicho grilo'. Mas foi numa destas minhas escapadas que presenciei algo que por muito pouco não me traumatizou. Era noite, meus avós não estavam em casa, e do quarto de meu tio uma estranha luz não parava de piscar. Sobre minha bicicleta de cross, eu freei bruscamente e fiquei estático olhando para aquela janela onde vi meu tio parado como se estivesse 'hipnotizado' diante de um sujeito bem esquisito, pálido, meio alto, com a cabeça e olhos bem diferente dos de um ser humano comum. Ele também usava um tipo de manto prateado e possuía a mesma descrição das criaturas que meu tio desenhava. Aquilo simplesmente 'me gelou'! Eu não sei como não caí de minha bike, mas fugi dali em disparada de volta para casa. Também não sei se aquilo foi alguma alucinação devido a forma como me impressionava as histórias do tio... só sei que aquela noite eu não dormi! Fiquei por alguns dias sem ir para a casa de meus avós, mas também soube que meu tio continuava com seus acampamentos misteriosos no morrinho e seus sumiços se tornavam cada vez mais prolongados. E num destes sumiços é que para o desespero de meus avós e de todos, meu tio Eliseu simplesmente deixa de dar notícias. Desaparece de vez! Se sabia que ele era metido a 'hippie fora de época', que costumava a ser andarilho, e com isso, meus avós durante um bom tempo ainda deixavam a luz acesa para caso ele apressasse...mas isso nunca aconteceu desde então. Eu que era o único que dava atenção para aquelas histórias fantásticas, poderia até ajudar com algumas pistas, mas além de ser criança na época e nunca ser levado a sério por isso, tocar no assunto também se tornou um tabu para a nossa família. Mas me lembro de alguns indivíduos fardados rondando a casa de meus avós. Não sei se eram guardas florestais com os quais meu tio tinha problemas devido aos seus acampamentos no morro ou se eram soldados do exército investigando o mistério que envolvia aquele caso. Mas sei que durante muito tempo quando olhava para aquele morrinho à noite e pensava no meu tio, sempre surgiam aquelas estranhas luzes que pareciam relâmpagos, mas não se tinha qualquer anúncio de tempestade.
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