*Baseado em uma história real.
Isso aconteceu com o meu pai quando este costumava acampar em sua juventude. Ele costumava reunir um grupo de amigos durante as férias ou em certos feriados prolongados e junto com toda aquela 'geração saúde', seguia à procura de diversão e aventura indo acampar nas idílicas e remotas praias da Costa Verde. E foi em um desses acampamentos que na hora de retornar, por não conhecerem as trilhas ou por toda aquela farra por estarem um tanto 'alterados' por algumas doses de seu vermute preferido, que ele e seus amigos acabaram se vendo perdidos em uma daquelas vastas áreas de mata da região. Eles caminhavam e caminhavam naquilo que mais parecia um 'labirinto verde' e não demorou até que escurecesse. O desespero já começava a tomar conta daquele grupo de rapazes e moças. Meu pai que nunca foi muito de rezar já começava a lembrar o nome de alguns santos. E é quando alguém o cutuca em seu ombro. Ele se assusta e ao olhar e iluminar com sua lanterna, se depara com um jovem negro usando um chapéu de palha e de pés descalços. - Noite...eu sou fio de Dona Clementina! É como ele os cumprimenta e se apresenta ao grupo. E vendo que estes se encontravam perdidos, logo se oferece para ajudá-los a encontrar uma saída dali. Meu pai e os demais ainda um tanto assustados seguem o homem. Quando se vê mais aliviado, meu pai tentava puxar conversa, mas o tal falava muito pouco e só parecia mesmo preocupado em mostra-lhes a saída dali. A escuridão e a quantidade de todo aquele 'capim navalha' e outras vegetações, além das pilhas da lanterna de meu pai, a única que ainda funcionava, fez com que o mesmo e os demais perdessem o jovem negro que seguia bem adiantado na frente deles, de vista. Meu pai nem pôde agradecer o tal rapaz! E finalmente já na estrada em um bar local que meu pai e outros aventureiros faziam de 'point' ali, conversando com o dono do estabelecimento e reportando sobre a aventura, meu pai além de impressionar o comerciante com tudo o que dizia, também o choca quando lhe diz sobre a ajuda que ele e sua turma receberam do tal jovem negro misterioso. O homem do bar estranha o que ele diz já que as descrições que meu pai lhe dava de tal jovem e o nome da senhora que este havia lhe dito ser filho, batia com as de uns membros de uma família que morou há muitos anos por ali, porém todos haviam morrido durante uma grande tempestade que derrubou a palhoça onde eles moravam. Meu chegou a entornar a cerveja de seu copo quando ouviu isso, e o tal barman também pergunto se ele ou alguém de seu grupo 'pediu licença' antes de entrar na mata ou se deixaram algumas balinhas para o caipora que costumava assobiar e assim fazer os 'campistas' ou outros aventureiros que se metessem a desbravar a região, se perderem. Meu pai lhe responde que 'não', mas lhe diz que realmente em certa altura daquela caminhada ouvira um estranho assobio, mas não ligou julgando ser de alguém do grupo que estivesse brincando já que todos estavam na maior farra ali.
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