O COPO


Adolescência, férias, farra, falta de maturidade...combinações mais do que explosivas! E foi durante aquele período que minha prima que vou chamar de 'Anabelle' resolveu reunir toda a turminha para na varanda de sua casa fazer a tão famosa ou 'famigerada' e obscura 'brincadeira do copo'. Uma roda em volta de um joguinho de mesa e cadeira fora formada ali. Todo mundo estava no 'maior fogo', a zoação era geral! Se sabia dos boatos, histórias e até do risco de tal brincadeira, mas ninguém levou nada a sério. Anabelle tinha um copo que por 'precaução' ou o que fosse, ela reservou só para fazer esse tipo de brincadeira. Lá estávamos, ela, eu e mais uns 'gatos pingados' da vizinhança para começarmos o 'nosso ritual'. Não vou ensinar aqui o que fizemos ou como 'se faz tal jogo', mas como já é uma brincadeira cultural e mundialmente conhecida, já se sabe ou se imagina 'mais ou menos' o que fizemos ali! Perguntas e mais perguntas, curiosas, bobinhas ou das mais obscuras foram feitas aquele copo que 'respondia' ao supostamente se 'mover sozinho' ou por algum 'espírito' como supõe tal brincadeira. E nessa 'brincadeira' toda, a farra acabou quando finalmente, minha prima resolveu perguntar quem estaria 'naquele copo'. E  para a surpresa de todos, o copo se moveu sobre as letras até juntá-las e formar a palavra ou 'nome' que nos deu a entender como: 'Satan'... Nós nem deixamos o copo terminar, na mesma hora a brincadeira fora interrompida e ninguém quis mais saber 'daquilo'. O assombro de minha prima foi tanto que a mesma acabou esquecendo aquele copo ali, e nisso, minha tia desconhecendo tal jogo acabou guardando tal copo na hora de tirar aquela mesinha onde brincávamos. Naquele mesmo dia, uma amiga de minha tia foi visitá-la junto com um filhinho. E no meio da conversa que minha tia teve com os dois, ela resolveu servir-lhes um suco. E foi nesta hora que após beber o suco servido naquele copo que minha prima havia reservado para a brincadeira, que aquele garotinho começou a passar mal. Mas era algo muito estranho, pois o moleque ficou com seus olhos 'brancos', começou a se contorcer de um jeito muito bizarro e com uma voz cheia de 'drive' num gutural bem incomum para sua pouquíssima idade, além de blasfêmias e xingamentos de palavrões dos mais pesados e até mesmo em uma língua estranhíssima, o mesmo começou a falar. A mãe do menino, desesperada com aquilo não sabia dizer o que estava havendo e muito menos o que fazer, assim como a minha tia. Além da minha prima eu e alguns coleguinhas ainda estávamos ali presentes, e quando corremos para aquela sala diante daquela cena assustadora, ninguém também sabia o que fazer. A luz daquela casa também começou a cair, a prateleira se movia sozinha, coisas que estavam nela também vinham ao chão, eletrodomésticos ligavam também sozinhos e além de duas protuberância parecendo com 'chifres' surgirem na testinha do garotinho possuído, 'escamas' pelo resto do corpo também surgiram. Na parede avistamos sombras com 'silhuetas demoníacas' se movendo e com algo que parecia ser 'sangue', aquele mesmo nome que surgiu na nossa brincadeira do copo se formou misteriosamente, mas 'por completo' dessa vez. Aquele garotinho também havia adquirido uma força inacreditável para seu tamanho e idade. Ninguém pôde contê-lo enquanto ele revirava os sofás da casa. Ele também rosnava e regurgitava 'gosmas' e substâncias das mais asquerosas pelas mesmas paredes às quais também chegou a escalar 'feito uma aranha' e 'de ponta cabeça'. Até que minha prima se lembrou do tal copo que pôde ter sido a causa de tudo aquilo. E nisso, ao avistá-lo, resolveu pegar o mesmo e destruí-lo. E quando ela faz isso tudo volta ao normal. Minha prima que havia marcado com esmalte aquele copo que ela reservara somente para aquela brincadeira não demorou nada para 'juntar as coisas' e assim nunca mais quis saber sequer de falar 'naquilo'. Mas certo dia quando nos encontramos novamente, esta aos prantos me mostra aquele mesmo copo com aquela mesma 'marquinha de cruz' feita a esmalte e que todo mundo viu se espatifar naquele quintal. Este estava intacto na mão dela e esta dizia que, estranhamente, 'não conseguia se livrar dele'. 

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