O DVD


Depois daquela festança que dera em sua casa na ausência de seus pais que se encontravam em viagem, ele se atira naquele grande sofá. Toda aquela bebedeira e farra, além de uma fatal ressaca que já se antecipava ali, sua preocupação agora também era de ter que arrumar aquela bagunça toda deixada por ele e seus também jovens colegas. E é quando ele avista sobre a mesa de centro o que parecia ser um Dvd. Um Dvd...?! Alguns daqueles seus colegas deve ter esquecido ali... e hoje em dia isso é uma coisa até 'meio rara', ele acha graça, mas por curiosidade e sem muito o que fazer no que restava daquela noite, ele resolve colocar aquele misterioso Dvd no aparelhinho que ainda possuíam na sala. O tal Dvd, além de não ter qualquer ilustração em sua negra capa, também tinha seu 'shape' todo branco e não tinha qualquer identificação que fosse. Assim que ele aperta o play, o que se inicia na tela era  um tipo de filme amador e cuja imagem era de uma qualidade que deixava bastante a desejar, mas que não demorou para ele, mesmo que entre alguns bocejos e também soluços, se dar conta de que aquilo se tratava de um filme de terror. E neste filme rodado em um subúrbio muito parecido com o local onde ele morava, um serial killer ou uma 'horrenda e capenga criatura','entidade' ou o que fosse...com o que parecia ser um 'saco de batatas' com algumas manchas de sangue e alguns 'tapurus' cobrindo sua cabeça, mal ajambrado e de mãos que pareciam em estado avançado de decomposição carregando um facão também cheio de sangue, seguia de casa em casa ceifando ou 'retalhando' impiedosamente e com requintes de crueldade, seus incautos moradores. E toda essa barbárie típica de um bom filme de terror 'slasher' não demora a prender a atenção daquele jovem. Seus olhos cansados e um tanto chapados, tinham sua atenção presa pelas cenas e pelo estranho ritual daquela criatura que antes de ceifar o morador daquele pacato subúrbio tão parecido com o seu, de forma pausada, batia três vezes na porta até sua vítima(sempre alguém só) abrir e ser praticamente desmembrada pelo tal. Em uma daquelas casas após suas batidas serem atendidas, com um realismo impressionante e horripilante, a criatura abre a jugular da pobre moradora. Em uma outra seu facão transpassa o peito de um senhor de idade. Que frieza daquele ator embaixo daquela fantasia...?! Ele se perguntava impressionado. Uma adolescente também não é polpada e quando o tal ser que já se encontrava numa rua também muito parecida com a do jovem, erguia seu sangrento facão para abrir a barriga de uma grávida bem que lembrava uma vizinha sua...para ele foi demais aquilo! Quem na galera teria tamanho mal gosto para assistir aquela porcaria...?! Com certeza deveria ser aquele esquisitão todo de preto conhecido de um de seus amigos, mas que ele não conhecia e que estes levaram à sua festa... Com ânsia de vômito ele se perguntava enquanto também cismado, pensava na estranha semelhança daquele lugar com o bairro onde ele morava. E é nesse exato momento que mesmo em sua casa existindo uma campainha, que ele ouve em sua porta aquelas três batidas sinistras e idênticas às da criatura do filme. 

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