Armando era daqueles pastores dos mais fervorosos em sua doutrinação ou fanatismo que pregava. Se julgava um verdadeiro 'paladino de sua religião'. Não só não tinha temor como também desfazia de forma implacável de qualquer potestade ou mesmo alguma religião que fosse contrária a sua. E foi assim que ele conseguiu levantar sua igreja que começou num fundo de quintal até que com muito empenho ou com toda aquela 'extorsão' que fazia movida a uma 'lábia' típica de um bom e pedante 'pregador do Apocalipse', ele conseguiu erguer um verdadeiro templo em seu bairro. Uma de suas maiores façanhas fora conseguir convencer aquele povo todo sobre os 'milagres' que sua pregação fazia. E dentre estas enganações, o que aquele fanático religioso mais gostava de fazer era montar farsas como por exemplo a de 'expulsar demônios' de pessoas ou seja os conhecidos exorcismos. Nos bastidores de seus cultos ele costumava pagar alguns 'fiéis' ou atores para que estes encenassem tais 'possessões'. E assim a farsa era feita convencendo a todos os presentes que com temor ou apenas iludidos mesmo, acabavam 'caindo' e ofertando ou fazendo o que aquele charlatão lhes ordenasse. E tudo se dava da forma mais 'circense' possível! Diante daquele púlpito ou sobre aquele 'palco montado' naquela suposta possessão, o ator vociferava, espumava, se esperneava desafiando o pregador, e tudo sobre aqueles olhares incautos e assustados de toda aquela gente humilde. Além de também mentirosos testemunhos de 'libertação', baratos efeitos especiais e até alguns truques de mágicas também eram usados naquela enganação toda. E com tudo isso, Reverendo Armando se tornara conhecido como um dos maiores 'exorcistas' da era moderna. Com ele 'demônio nenhum tinha vez'! Era o que pregava! Até que num certo dia, uma de suas fiéis o procura desesperada para que o mesmo fosse até seu barraco 'libertar' seu filho tomado por algo que de tão violento e maligno nenhum médico pôde ajudá-la. Armando ainda tenta inventar uma desculpa para sair dessa, mas como 'pegaria mal' diante de toda aquela multidão de 'ovelhas', o mesmo não vendo saída, teve que deixar um auxiliar na igreja e seguir com aquela pobre mulher até sua casa. E lá chegando, diante daquela cena dantesca e estarrecedora daquele pobre jovem encorporado se debatendo e sendo segurado por alguns outros familiares ali presentes, Reverendo Armando quase que não disfarçando o nervosismo ou até mesmo medo diante do que 'seja lá o que fosse' que estava sobre aquele menino, adentra aquela humilde casa com uma das mãos erguidas e esbravejando com aquela 'autoridade' toda que julgava ter: - Sai desse corpo satanás...ele não te pertence...queima ele, meu Deus...ouch! Ele dizia enquanto soava frio e já se começava a se juntar ao pavor daqueles familiares ali presentes que também não sabiam mais o que fazer. Aquele charlatão que disfarçava folheando sua Bíblia fingindo 'saber lidar com aquela situação', agora estava diante de uma possessão real. E seguindo com sua 'apelação', este então começava a culpar as divindades ou entidades de cultos de matriz africana, o hinduísmo, os 'djins' ou gênios da cultura árabe e até mesmo o 'confucionismo' e o 'kantismo' que da forma mais absurda sua falsa retórica também seguia atacando ali! Nomes pesados como Baal, Baphomet ou Pazuzu também eram citados, mas é quando ele profere 'Belial' é que tudo sai errado ali! O jovem não só não é curado, mas também acaba vindo a óbito para desespero de todos, incluindo daquele pastor charlatão. Mas nada como uma boa lábia! E com isso, apelando para o também fanatismo e a simplicidade daquelas pessoas, ele procura confortá-las dizendo que 'tudo foi feito' e que a 'vontade do Senhor' era que 'aquele jovem morresse para que assim cessasse o sofrimento do mesmo'. Aquelas pobres pessoas infelizmente também caem nessa conversa! A igreja ajuda(até onde lhe convém!) com as despesas do funeral e Pastor Armando procura seguir com sua vida de enganação. Mas naquela madrugada, o mesmo se assusta ao se vê desperto por estranhas convulsões que sua senhora dava ao seu lado na cama. Ele ainda a cutuca, lhe dá safanões, mas esta, completamente fora de si, com sua cabeleira 'armada', seus 'olhos brancos' revirados, feições pavorosas, deformadas e irreconhecíveis para ele, além de se contorcer também de uma forma estranha e 'humanamente impossível', não o responde e começa a estrangulá-lo enquanto também inacreditavelmente flutuava grunhindo e gargalhando terrivelmente. A força daquela senhora era descomunal! A mesma ou aquela entidade sobre o seu corpo esganou fatalmente o pastor charlatão. Os corpos dos dois são encontrados sem vida na manhã seguinte por alguns de seus vizinhos e obreiros que assustados lamentaram sem fazer a mínima ideia do funesto acontecido que se dera naquela casa.
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