A jovem nissei, Sheila Takahashi, ao acabar de voltar do Japão onde na condição de 'decasségui', também trabalhou como cuidadora de idosos, põe numa estantezinha de seu quarto, uma meiga bonequinha japonesa que 'ganhara' da senhora de quem ela cuidava antes desta morrer. O brinquedo recebera o meigo nome de 'Niko'(ニコ) que também era o nome da senhora de quem Sheila cuidava. Essa tal boneca não havia sido exatamente um 'presente' daquela idosa para Sheila. A jovem diante daquela anciã moribunda, talvez pelo 'dialeto local' ou pelo estado agonizante da mesma, não entendia muito bem o que ela estava querendo lhe dizer naquele fatídico momento. Tudo o que Sheila conseguiu compreender fora o gesto daquela anciã apontando para a boneca naquela estante e tentando lhe dizer algo que Sheila acabou entendendo como se esta estivesse 'lhe dando' aquela bonequinha. E a boneca apesar de meiga, tinha um semblante misterioso e até um tanto assustador. Mas Sheila também julgava que 'Niko' pudesse ser algum daqueles 'bibelôs de dá sorte' que existem na cultura oriental, sua 'cultura mater', e com isso não se importou de deixar aquela bonequinha decorando o seu quarto. Outro fato estranho era que nos dias que se seguiram após Sheila colocar Niko naquela estantezinha, coincidiu da jovem começar a ter estranhos ataques de insônia e outras perturbações noturnas. E fora numa destas noites mal dormidas, em um determinado horário da madrugada, que Sheila se depara com algo inacreditável ao olhar para aquela bonequinha. Sem saber se estava sonhando ou 'sob o efeito' daqueles pesados remédios que havia passado a usar para dormir, Sheila se espantou ao ver a pequena Niko, sozinha, dar um verdadeiro 'show de dança folclórica' sobre aquela estantezinha. Sheila esfrega seus olhos ainda sem acreditar, e bastante assustada, esta se apressa em acender a luz de seu abajur. Nisso, Niko já estava em cima do edredom, caminhando sobre o corpo de Sheila sob o mesmo. Esta se mantinha paralisada de espanto, até resolver pegar aquela boneca para ver se havia algum tipo de 'mecanismo' que a fazia se movimentar sozinha. Mas quando a jovem faz isso, para o seu maior espanto aquela bonequinha dá um grito de dor que faz com que Sheila a jogasse longe e corresse dali em seguida. Todos na casa são acordados pela jovem que tenta explicar-lhes o que aconteceu, mas ninguém acredita e até culpa nas doses dos remédios, colocaram. Aquela seria mais uma noite de insônia para Sheila. Nas madrugadas seguintes, naquele mesmo horário, Sheila que também chegou a acreditar que a culpa era dos remédios, fora obrigada a assistir mais shows de dança daquela bonequinha. Sheila tentava ignorar e se virar para dormir, mas Niko pulava em sua cama e a forçava a assisti-la. Sheila chamava todos de sua família e insistia em lhes mostrar tal 'show inacreditável', mas Niko se mantinha estática, como qualquer boneca e também como se 'pregasse uma peça' de muito mal gosto naquela jovem já angustiada com aquela 'brincadeira sobrenatural'. Tal insólita situação se repete em outras noites até comprometer de vez o estado mental de Sheila e fazer com que seus pais tivessem que interná-la em um sanatório. O estado daquela linda jovem era deplorável. E naquela reclusão, a mesma ainda insistia que Niko, deixada naquela estante de seu quarto, também ia lhe visitar naquele lugar para dar mais shows de dança para ela. A triste mãe de Sheila resolve ir atrás daquela boneca culpada por tudo isso e se livrar de tal jogando-a no lixo ou bem longe dali. E dias após fazê-lo, esta tem a visita de uma amiga da família, também nissei, que conhecia a história e lhe conta sobre uma lenda japonesa(tsukumogami つくもがみ) que falava sobre objetos e brinquedos que quando chegavam aos cem anos conseguiam estranhamente ganhar vida. A mãe de Sheila se espanta, mas também vê uma esperança no tratamento da filha ao ouvir isso. Mas a tal amiga da família que também chegou a ver a boneca, para mais espanto da mãe de Sheila, também disse que ao passar em uma feira hippie em uma cidade vizinha, se deparou com uma boneca idêntica àquela rara bonequinha, à venda em uma daquelas barracas... Seria 'a mesma'?!
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