PX


Nas minhas férias, feriado prolongado ou qualquer folguinha que tenho, eu sempre viajei para o sítio do meu avô Enoque ou 'Vô Noquinha', que ficava em uma cidadezinha do interior de Minas. Meu avô assim como muitas pessoas de idade, também adorava juntar 'quinquilharias'. E certa vez ao me ver andando pelo interior da garagem(ou 'galpão') dele, encontro jogado num canto um velho rádio Px que logo me chamou a atenção. Soprei e dei-lhe alguns tapinhas para tirar toda aquela poeira. E na minha curiosidade, tentei ver se aquilo ainda funcionava. E para minha surpresa aquele 'treco' funcionava ainda! Mexi, catuquei bastante...e insisti falando sozinho com aquilo, tentando ver se pegava alguém na escuta e tal, mas...'nada'! E pensando bem...será que ainda existe alguém que 'brinque' ou mexa com isso em plena era da internet e todas essas mídias sociais  e modernidades...?! E  já estava ficando bem tarde e eu já estava desistindo quando entendiado resolvo brincar cantando naquele aparelho a música 'Alô Alô Marciano', até que do 'outro lado' alguém finalmente  resolveu se comunicar comigo.  A ligação era péssima. Parecia distante, 'muita estática' e uma voz com uma certa distorção que dava um 'aspecto metálico' a mesma... Pedi para que o misterioso interlocutor se identificasse. E com um jeito de falar ainda mais bizarro. Pausado e lembrando um 'robô de mecanismos de internet', o mesmo se identificou com o exótico nome de 'Azi-ram'. E aquela conversa quase impossível já que era acompanhada de um também estranhíssimo vozerio indecifrável la do outro lado, tentou seguir da forma que dava. O tal Aziram dava nítida impressão de que não era da cidade...e até mesmo do pais, com aquela sua conversa tão estranha. Ele me perguntava sobre coisas da região e ao mesmo tempo em que parecia conhecer(mesmo que de longe) alguns pontos de minha localização...tudo aquilo era muito estranho! Ele falava e perguntava sobre as condições do tempo dali e qual era o melhor local para se 'pousar'. Cheguei a pensar que se tratava de algum filho de fazendeiro que tinha algum helicóptero ou ultra-leve. Mas o papo tava muito estranho. Ele parecia mesmo estrangeiro já que além de sua estranha dicção, ele se confundia com alguns substantivos e cometia outros 'deslizes bobos' com a sintaxe. Mas nada foi mais estranho do que a hora em que ele falou 'que o meu planeta era muito bonito'. Eu pensei que era alguma brincadeira, mas devido a estranheza daquela conversa desde o início, aquilo já começava a me assustar. -Q-quem é você...câmbio, quem está aí afinal...que papo é esse, ô cara...?! Eu perguntava assustado quando fomos interrompidos por um outro 'sinal' que invadiu a transmissão com uma conversa parecendo de 'militar' do tipo: - Ninho...câmbio...aqui é Falcão...acabamos de perder o alvo de vista! E repetia a tal 'mensagem'. E também foi neste exato momento que uma forte luz acompanhada de um estrondo parecendo com o de dois jatos ou 'caças' tomou todo o sítio assustando a mim e a todos. E depois de tudo aquilo já na varanda com os meus demais familiares, ouço do Vô Noquinha que ele não fazia a mínima ideia do que era aquela luz e que aquele caça que havia passado já estava sobrevoando a região há dias desde que o povo começou a falar sobre um disco voador ou OVNI que andava pairando sobre aquela região.

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